Elisa Lopes / Seduc
Mais do que competições
esportivas, os Jogos Pardesportivos Estudantis do Tocantins (Parajets),
promovem a inclusão de pessoas com algum tipo de deficiência e a interação
entre alunos, pais e professores de todo o Estado. Entre histórias de
superação, muitas lutas foram travadas por competidores e seus pais para que
todos pudessem participar dos jogos que classificam para as Paralimpíadas
Escolares Brasileiras que, em 2014, serão realizadas em São Paulo - SP, entre
24 e 29 de novembro. No Tocantins, os jogos foram disputados por alunos /
paratletas de 12 a 19 anos, nas modalidades de Atletismo (corrida, salto em
distância, arremesso de peso, lançamento de pelota e lançamento de dardo),
natação, tênis de mesa e bocha.
Felipe Barbosa, 17 anos, aluno do
Centro de Ensino Médio Bom Jesus, de Gurupi, é estreante na competição e
começou a treinar este ano nas categorias bocha e arremesso de peso. Ele passou
pela fase regional e saiu com dois ouros e participação garantida nas
Paralimpíadas Escolares. "Eu comecei há pouco tempo, foi muito bom, gostei
muito, não vou mais parar, agora é puxar mais nos treinos para vencer em São
Paulo", avaliou.
O estudante é filho único e
sofreu uma fratura no quadril no momento do parto e, aos 6 meses passou por uma
cirurgia. Segundo a mãe, Gracilene Barbosa Pereira, após o procedimento
cirúrgico, Felipe ficou engessado durante 4 meses e, aos 12 anos, perdeu parte
dos movimentos. Hoje Felipe se locomove com uma cadeira de rodas, mas isso não
o impede de fazer nada. "Ele é meu companheiro, faz de tudo, ajuda em
casa, eu saio para trabalhar de manhã, quando volto o almoço está pronto. Agora
está praticando esporte e eu estou gostando muito de acompanhá-lo e muito feliz
por ele, por ver a alegria dele em ganhar as medalhas", contou a mãe
orgulhosa.
Parte da conquista dos paratletas
vem do trabalho, da dedicação dos profissionais envolvidos e, principalmente do
apoio das famílias. Geysiel Gomes de Franca, 18 anos, aluno do Colégio Ulisses
Guimarães e da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), de Gurupi,
também conta com o apoio da mãe, Maria Lúcia Pereira Franca. Ele é paratleta de
tênis de mesa e arremesso de peso, além de ser goleiro de futsal na equipe da
Apae. Além de render títulos, a prática fez bem para Geysiel, segundo a mãe que
acompanha, torce e participa de todas as competições. "Ele era muito
nervoso, agressivo, não socializava, agora tem muitos amigos e é apaixonado
pelo esporte, é minha maior alegria ele fazer o que gosta, onde ele está eu
estou junto". Na etapa final do Parajets Geysiel conquistou duas medalhas,
uma prata no arremesso de peso e um bronze no tênis de mesa.
Professores
Quando os pais não podem
acompanhar, os professores cumprem este papel e ficam, da mesma forma, na
torcida pelos seus alunos. A educadora física Adriene Batista, da Escola
Carmênia Matos Maia, de Porto Nacional, incentiva os competidores da maneira
que pode. "Através do esporte transformam-se vidas. Nossa escola é
periférica, com grandes problemas sociais, mas nós estamos plantando uma
sementinha. O Parajets é um olhar especial para os especiais", ressaltou a
professora.
Continuidade
Para a coordenadora dos Parajets,
Soraia Tomaz, assim como os Jogos Estudantis do Tocantins (Jets), os Jogos
Paradepostivos também devem virar tradição no estado. "Estamos fechando
esta primeira edição com chave de ouro, com a presença de paratletas de todo o
estado, graças ao esforço dos professores. O ano que vem tem mais, com um
número maior de alunos. Vamos trabalhar para que o Parajets ganhe força e seja
tradicional como os Jogos Estudantis do Tocantins", ressalta.
Fotos: Lucas Nascimento
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