segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Parajets promovem a inclusão e transformam a rotina dos competidores


Elisa Lopes / Seduc

Mais do que competições esportivas, os Jogos Pardesportivos Estudantis do Tocantins (Parajets), promovem a inclusão de pessoas com algum tipo de deficiência e a interação entre alunos, pais e professores de todo o Estado. Entre histórias de superação, muitas lutas foram travadas por competidores e seus pais para que todos pudessem participar dos jogos que classificam para as Paralimpíadas Escolares Brasileiras que, em 2014, serão realizadas em São Paulo - SP, entre 24 e 29 de novembro. No Tocantins, os jogos foram disputados por alunos / paratletas de 12 a 19 anos, nas modalidades de Atletismo (corrida, salto em distância, arremesso de peso, lançamento de pelota e lançamento de dardo), natação, tênis de mesa e bocha.

Felipe Barbosa, 17 anos, aluno do Centro de Ensino Médio Bom Jesus, de Gurupi, é estreante na competição e começou a treinar este ano nas categorias bocha e arremesso de peso. Ele passou pela fase regional e saiu com dois ouros e participação garantida nas Paralimpíadas Escolares. "Eu comecei há pouco tempo, foi muito bom, gostei muito, não vou mais parar, agora é puxar mais nos treinos para vencer em São Paulo", avaliou.

O estudante é filho único e sofreu uma fratura no quadril no momento do parto e, aos 6 meses passou por uma cirurgia. Segundo a mãe, Gracilene Barbosa Pereira, após o procedimento cirúrgico, Felipe ficou engessado durante 4 meses e, aos 12 anos, perdeu parte dos movimentos. Hoje Felipe se locomove com uma cadeira de rodas, mas isso não o impede de fazer nada. "Ele é meu companheiro, faz de tudo, ajuda em casa, eu saio para trabalhar de manhã, quando volto o almoço está pronto. Agora está praticando esporte e eu estou gostando muito de acompanhá-lo e muito feliz por ele, por ver a alegria dele em ganhar as medalhas", contou a mãe orgulhosa.

Parte da conquista dos paratletas vem do trabalho, da dedicação dos profissionais envolvidos e, principalmente do apoio das famílias. Geysiel Gomes de Franca, 18 anos, aluno do Colégio Ulisses Guimarães e da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), de Gurupi, também conta com o apoio da mãe, Maria Lúcia Pereira Franca. Ele é paratleta de tênis de mesa e arremesso de peso, além de ser goleiro de futsal na equipe da Apae. Além de render títulos, a prática fez bem para Geysiel, segundo a mãe que acompanha, torce e participa de todas as competições. "Ele era muito nervoso, agressivo, não socializava, agora tem muitos amigos e é apaixonado pelo esporte, é minha maior alegria ele fazer o que gosta, onde ele está eu estou junto". Na etapa final do Parajets Geysiel conquistou duas medalhas, uma prata no arremesso de peso e um bronze no tênis de mesa.

Professores

Quando os pais não podem acompanhar, os professores cumprem este papel e ficam, da mesma forma, na torcida pelos seus alunos. A educadora física Adriene Batista, da Escola Carmênia Matos Maia, de Porto Nacional, incentiva os competidores da maneira que pode. "Através do esporte transformam-se vidas. Nossa escola é periférica, com grandes problemas sociais, mas nós estamos plantando uma sementinha. O Parajets é um olhar especial para os especiais", ressaltou a professora.


Continuidade

Para a coordenadora dos Parajets, Soraia Tomaz, assim como os Jogos Estudantis do Tocantins (Jets), os Jogos Paradepostivos também devem virar tradição no estado. "Estamos fechando esta primeira edição com chave de ouro, com a presença de paratletas de todo o estado, graças ao esforço dos professores. O ano que vem tem mais, com um número maior de alunos. Vamos trabalhar para que o Parajets ganhe força e seja tradicional como os Jogos Estudantis do Tocantins", ressalta.




                                                           Fotos: Lucas Nascimento

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